terça-feira, 9 de agosto de 2011

O amor da minha amiga





Bom, vai aqui algo diferente desta vez.

Fiz um textinho em homenagem ao amor da minha amiga. Espero que gostem.



Foi rápido, real e intenso. Feliz e regado a músicas tristes, que os dois, em um primeiro encontro marcado, descobriram que o outro também gostava.
Descobriram que gostos peculiares, daqueles que poucas pessoas tem, eram o deles, que o beijo, o sexo, também eram iguais. O apreço pelo cheiro, mas cheiro de pele, também fazia parte dos pontos em comum.

Diferente dos meus amores, o amor da minha amiga é mesmo o número dela. O esforço vai ser dobrado pra esquecer os três dias em que se viram. O primeiro, quando ela tirou uma foto dele tocando pandeiro, no meio de um sambinha de roda, no meio do Rio de Janeiro. Mas que cena propícia para o não esquecimento. Boemia pura. Eu amo a boemia, ela também, o amor da minha amiga, idem. E o pior, a fotografia os uniu. Ele também é fotógrafo.

Ironia do destino.

Um segundo encontro, com direito a passeio de moto com medo, mas vento e liberdade, a beijo igual ao dela (só nós sabemos a maré de beijos sem graça que andam nos cercando), a um cheirinho bom, a carinhos, a sexo, a novela na cama juntinhos...
Ela acordou, esperou que ele fosse tomar banho, deixou um bilhetinho (não sei se foi azul com seus garranchos) dizendo que havia adorado a noite e um adeus. Ela me disse isso e eu já estava prevendo as horas seguintes. Ela continuava fazendo daquela história um caso de filme antigo no cinema.

Sendo a única na plateia, pedi que ela mudasse esse final. Ela havia ido ao Rio de Janeiro somente para pegar o resto de suas coisas, pois voltou a morar em Olinda, acabou deixando mais coisas do que havia levado na primeira vez: o seu amor.
O amor da minha amiga com certeza ficou triste. Por que ela fez isso? Esqueci de um detalhe que toda historinha de amor tem que ter... Ele tem uma namorada. É só o que sabemos. Esse mínimo detalhe fez com que ela quisesse sair do apartamento dele sem ter que se despedir, sem ter que sentir o gosto de um adeus. Queria apenas guardar aqueles bons momentos, ignorando as fotos e sapatos (da menina feliz que namora com ele) espalhados pela casa.

Mas mesmo assim, eu sei que ele ficou triste. Ela desligou o celular, quis sumir no ultimo dia que lhe restava no Rio. Pedi que ela ligasse o celular. Não se faz isso com um amor, mesmo que ele seja o amor de outra.
Ele mandou um e-mail como eu previ, triste. Ela voltou atrás e respondeu, disse a verdade, com medo de parecer dramática. Mas eu disse: envia. E pensei: o tempo não tem a ver com vocês, a intensidade, sim. Vocês compartilharam da mesma vontade, desejo e saudade. Ela mandou.

Chega o dia da volta pra casa. Ela vai pro aeroporto, ele havia dito que iria pra se despedir, mas ligou dizendo que não estaria lá... Mas, poxa. É um filme, só eu estou assistindo, mas não merecia um final assim.

Na hora do embarque, ele chega. Abraços, cheiros e saudade.

Acabou, ela volta pra casa e me conta esse final. Eu fico triste também, quase que com uma revolta, a mesma que ela está sentindo agora, esperando eu terminar esse texto, por ser mais uma história linda e que acabou na hora errada.
Talvez não seja MAIS UMA pra ela, nem pra ele, mas pode ter sido A história. E agora? É, a gente é assim, ora acreditamos que podemos tudo, viver grandes amores, mudar até de país pra ficar perto de alguém... Ora percebemos que a realidade não é tão cordial como nas historinhas de comédias românticas.

Queria uma mensagem positiva, como sempre tentamos fazer quando uma de nós passa por algo do tipo, mas deixa assim. Como sabemos, é preciso sentir, independente do que seja, tristeza ou alegria. Respeitemos as lágrimas e as risadas, como Caetano faz.

Um comentário:

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