domingo, 17 de junho de 2012
Encontro
O que seria um encontro?
Não é apenas o ato de topar com alguém, de achar alguém. Para mim, é ter a certeza de ter encontrado o que sempre se procurou. Só que até esse encontro acontecer, você nem sabia o que estava procurando.
O sentimento que nasce, ou melhor, ele não nasce, ressurge lá de dentro, é algo “novo”, “nunca” experimentado. Faz com que você entenda tudo que foi vivido antes, coloca cada história no seu devido lugar, o que você achava que era amor, era apenas um frio na barriga, uma simpatia maior, um saber lidar com as diferenças, um carinho, um cuidado.
Encontro é um só. Não se tem trabalho em reconhecer, não se tem dúvidas, não é unilateral. Os dois sabem, os dois sentem, e só os dois conseguem definir a alegria que é ter tirado essa sorte grande. É acertar na loteria, só que o que se ganha está muito além do que milhões de reais.
Encontro não é bom, é perfeito. É sintonia, é uma música agradável, é uma paz que faz rir sem motivos. É não ter medo, é encontrar naquela pessoa um lugar seguro, é querer cuidar e saber que está protegido.
Se alguém chega perto, entra na vibração e sente a energia. Não é apenas mais um casal, é o casal. E as pessoas que estão em volta vibram com isso sem nem saber o porquê.
A sensação é de encaixe, não apenas a sensação, mas a realidade. As mãos, o beijo, o sexo, o cheiro, o toque. Nada foi ensinado, nada foi treinado, é uma base profunda que, ao contrário do convencional, não precisa de tempo para se fixar. Naturalidade, uma dança, não há atropelos. Um ritmo único.
É uma surpresa a cada dia, é a rotina sem cansaço, é ficar bestificado com cada peça que se encaixa perfeitamente, sem nenhuma falha. É saber que isso agora existe, é não achar que apenas novelas de Manoel Carlos podem ter casais perfeitos.
É não ter vergonha de dizer “eu te amo”, é vibrar com cada palavra que se ouve, é admirar como se fosse sempre a primeira vez. É ter o retorno que se espera e conseguir ser imprevisível mesmo assim.
É uma vontade que não passa, é saber esperar e compreender. É um medo de se perder, porque um encontro não acontece todos os dias, e esse mesmo medo faz com que se viva intensamente cada segundo. É uma forma de agradecer aquela oportunidade.
Um encontro é eterno, veio de outras vidas e vai perdurar por todas as outras. Há uma missão, um motivo muito superior e que está fora da nossa pobre compreensão ainda.
Não há separações, mas intervalos. Nós temos que cumprir missões com outras pessoas também, deve ser isso que nos afasta por algum período (uma vida, talvez), nos angustia, mas há também aquela certeza de que o que é nosso está guardado. É a minha humilde explicação para que meu encontro não possa se consolidar de fato.
É uma calma contraditória, uma dor física em pensar na distância, mas a certeza de que o amor é recíproco, mesmo que ele não tenha “me escolhido”, amansa o coração.
É algo que nenhum livro vai explicar. Quem não viveu um encontro, não vai saber o que estou falando. Não é uma verdade absoluta, é a verdade da gente.
É não ter culpa em fazer o que não se aprova. É ser ridículo e achar lindo. É se abrir, se jogar, ser quem você é, é ser o que você nem sabia que era. Aquele pedaço que faltava está ali agora. É falar as coisas como se fosse para você mesmo, é não se esforçar para agradar, é querer se prender àquela liberdade.
É buscar palavras todos os dias para explicar esse encontro e apenas dizer: “É foda”.
Postado por
Sou uma Cumbuca
às
09:35
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